quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Um choque no seu bolso


O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) padronizou as tomadas e plugues de aparelhos eletrônicos no país. Com a medida, o consumidor estará mais protegido contra choques e incêndios por curto-circuito. O custo dessa segurança adicional é que vai ficar alto para o brasileiro, que já começa a ter dificuldades para encontrar tomadas antigas ou os espelhos (moldura que fica em volta da tomada) para substituir os que ficam velhos ou quebrados. De acordo com a padronização, é preciso fazer o aterramento do sistema elétrico das residências, o que pode custar entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, valor que varia de acordo com o tamanho da reforma.Com o novo padrão, some do mercado brasileiro o pino chato e surgem os modelos de dois e três pinos redondos. Na média, o custo da nova tomada para quem precisar instalá-la será de R$ 8,50, produto 118% mais caro que a versão antiga que, em alguns locais, ainda pode ser encontrada a R$ 3,90. Mas, de acordo com empreiteiros e eletricistas, o modelo padrão não é achado tão facilmente. "Está igual a pé de cobra, não acha em lugar nenhum. Quem ainda tem estoque da antiga tem uma mina de ouro na mão", afirma o eletricista Jailton Moreira Santos. Há poucos meses, era fácil encontrar produtos completos por R$ 2 - um preço mais de quatro vezes menor.Já o presidente da rede potiguar de lojas de contrução Redecon,Luiz Lacerda, afirma que as 16 lojas do grupo espalhadas pelo estado já estão comprando as novas tomadas. Para ele, o problema não é encontrar o produto, mas sim o tempo determinado para a mudança: até 2011, os plugues antigos deverão estar banidos do mercado. "É pouco tempo para a adequação, há muito da outra mercadoria no mercado, tanto plugues quanto aparelhos", avalia o empresário.Jailton mostra as novas tomadas e um adaptador: plugues antigos não poderão mais ser vendidos a partir de 2011 Foto:Cadu Gomes/CB/D.A Press Antes da normatização, existiam 12 tipos de plugues e oito modelos de tomada, o que, segundo o Inmetro, tornava necessário o "uso indiscriminado" de adaptadores. "Situação que provoca desperdício de energia, favorece curto-circuito e superaquecimento. É um perigo",alerta o diretor de qualidade do instituto, Alfredo Lobo. Segundo ele, nos últimos 10 anos o Corpo de Bombeiros de São Paulo, por exemplo, registrou 35 mil incêndios por curto-circuito e mais seis mil por superaquecimento.

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