sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ministério da Saúde muda normas para realização de testes de HIV


Novas normas para a realização dos testes anti-HIV começam a valer a partir desta sexta-feira (16) em todo o país. A informação foi divulgada Ministério da Saúde em nota e publicada no Diário Oficial desta sexta.A inclusão de metodologias mais modernas e a mudança no fluxograma para análise das amostras de sangue, vai aumentar as opções para realização dos testes por laboratórios. As novas normas valem para as redes pública e privada. Com isso, o Ministério da Saúde vai possibilitar maior agilidade para o diagnóstico da infecção pelo HIV e também poderá permitir maior praticidade para os laboratórios.Antes, uma amostra de sangue positivo para HIV passava por até três etapas antes da conclusão do resultado. Agora, passará por duas etapas, sem qualquer perda na confiabilidade do diagnóstico. Há também ganho econômico com a redução do número de testes.Teste com sangue secoO novo documento também abre, pela primeira vez, a possibilidade de se realizar testes com sangue seco, utilizando a coleta em papel-filtro. A principal vantagem do método é o armazenamento da amostra de sangue por até 12 semanas sem refrigeração. A metodologia ainda dispensa a necessidade de coleta e transporte especializados, baixando o custo dos exames.Outra vantagem apontada pelo Ministério é que a metodologia permite o envio de material pelo correio, levando-o a locais distantes onde não há capacidade laboratorial disponível. As amostras de sangue seco não são consideradas infecciosas, facilitando o manuseio e o transporte até o laboratório.Outra nova metodologia incluída no rol dos exames é a que utiliza a biologia molecular para detecção do HIV. Essa tecnologia é importante porque identifica o vírus e não os anticorpos produzidos pelo organismo e será utilizada para auxiliar o diagnóstico da infecção pelo HIV em casos de resultados indeterminados, principalmente em gestantes.A forma como se realizam os exames que apresentam o resultado em meia hora também vai mudar. Antes, o diagnóstico da infecção pelo HIV era realizado com dois diferentes testes rápidos previamente validados pelo Ministério da Saúde. O profissional coletava o sangue na ponta do dedo do paciente e colocava, de forma concomitante, nos dois dispositivos de testagem. Se os resultados fossem os mesmos, o diagnóstico era conclusivo.
Se houvesse discordância, era feito um terceiro teste para conclusão. O estudo Avaliação de testes rápidos para detecção de anticorpos anti-HIV no Brasil, publicado em 2005, mostrou que praticamente não há discordância entre os resultados dos testes rápidos. O novo método preconiza que os testes sejam realizados de forma sequencial e que o segundo será realizado apenas em caso de resultado positivo.

Aids no Brasil


Atualmente, estima-se que 630 mil pessoas estão infectadas pelo HIV no país. Desse total, aproximadamente 255 mil estão infectados pelo vírus da Aids e ainda não se testaram. Dados de pesquisa de comportamento realizada pelo Ministério da Saúde em 2008 mostram um aumento de 67% do número de pessoas que já fizeram exames no país. Em 1998, apenas 24% da população entre 15 e 54 anos havia se testado, em 2008 esse índice foi de 36,5%.De acordo com a Pesquisa de Comportamento, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP) 2008, a região em que as pessoas mais realizam testes para a detecção da infecção pelo HIV é a Centro-Oeste, com 43,8%. No Sudeste, 41% já fizeram o exame e no Sul o percentual foi de 38,9%. O menor percentual por região é o da Nordeste, com 26,6%. No Norte, 31,9% se testaram para o HIV.

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